O incêndio em uma das favelas do Jaguaré vem mostrar:
1) A situação precária de muitas moradias em área metropolitana (não se trata aqui de questionar a opção ou não desses moradores, mas a situação real que parece não ter controle);
2) A lição de vida e capacidade de dar a volta por cima, pois os moradores são capazes de reconstruírem suas vidas a partir das cinzas (também não teria outro jeito...);
3) A solidariedade de muitos (fui testemunha de inúmeras pessoas, de perto e de longe, muitas vezes sem vínculos diretos com a comunidade em questão, que fizeram doações aqui na Paróquia São José do Jaguaré - cada qual na sua capacidade: desde brinquedos e caixinhas de leite, até doações mais generosas);
4) O preconceito embutido no inconsciente e pré-consciente de muitos (uma pesquisa rápida em comunidades do Orkut mostram postagens que questionam exclusivamente a opção dos moradores de área de risco, usando termos um tanto pejorativos, para não dizer preconceituosos).
Afirmo, com certeza, que o foco inicial do incêndio deu-se as 17h40 minutos do domingo, 11/10/2009. Eu estava, como de costume, recepcionando as pessoas na porta da Paróquia São José para a Missa das 18 horas e cheguei a comentar com alguns sobre uma fumaça muito escura que estava subindo da direção da praça Pedroso Baião (bem próxima da favela, do pátio da Paróquia tem-se uma visão privilegiada do bairro em dias ensolarados). Pensamos, a princípio, que fosse alguém queimando lixo ou pneus - coisas muito comuns aqui no bairro. Mas por volta das 18h15 as sirenes de veículos de salvamento, e a quantidade de helicópteros parados no ar chamou-nos a atenção e verificamos muitas labaredas naquela região.
Muito tem-se publicado aqui na internet sobre o fato, inclusive fotos - confesso que não tive coragem de fotografar tamanha tragédia, deixei que outros fizessem e publicassem, por isso neste blog não tem nenhuma imagem dessa situação desoladora. Mas também eu não poderia deixar de comentar o assunto.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
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