Coleção completa de imagens do bairro, dividida em várias páginas: http://bit.ly/fotosjaguare

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cruzamento da Morte

Texto republicado após um ano. Será que mudou alguma coisa?

Jaguare 19-02-2009
Cruzamento das avenidas Jaguaré e Kenkit, no bairro do Jaguaré (Sub Prefeitura da Lapa, Prefeitura de São Paulo) - a foto é meramente ilustrativa, mostrando uma conversão proibida (repare bem ao centro da foto: as placas de trânsito e o veiculo conduzindo por um irresponsável).


Este cruzamento possui muitas histórias de acidentes causados por imprudência.

E o problema é muito antigo. Há mais de 20 anos, uma família morreu em um acidente automobilístico, fazendo com que a Prefeitura deixasse esse cruzamento bloqueado por anos, a fim de evitar acidentes.

Há mais de 10 anos o cruzamento voltou a funcionar, inclusive com a instalação de semáforo, o que não impede acidentes, porque existem certos motoristas que recusam-se a submeter a regras de trânsito.

O fato mais recente (noite de 26 de fevereiro de 2009) envolveu, inclusive, uma pessoa que deveria dar bom exemplo, por ser paga com dinheiro público para defender a população. Trata-se de um policial militar (um sargento) que estava em alta velocidade, perdeu o controle de seu veiculo particular, subiu no canteiro central e atropelou duas adolescentes, levando uma delas a morte e sua irmã em estado gravíssimo de risco de morte.

A população, revoltada e descrente nas instituições e em certos tipos que servem apenas para macular ainda mais entidades públicas criadas para garantir a lei e a ordem, tentaram fazer justiça por conta própria, pondo em risco a vida do policial em questão.

Claro que nada justifica a ação da população, querendo justiça com o uso da violência. Mas também é intolerável que um cidadão, pago pela mesma população por meio dos impostos, tenha um comportamento tão lastimável como esse. Mesmo porque sabemos que poderá não sofrer as punições previstas em lei para qualquer outro cidadão, uma vez que tem o direito a foro privilegiado em tribunal militar.

E todos nós sabemos que um indivíduo que está em alta velocidade tem intenção sim de por a vida humana em risco, a sua e a dos outros, portanto é tentativa voluntária de homicídio. Agora, alegar motivos alheios para atenuar, como possível ingestão de bebida alcoólica (o que deve ser cuidadosamente apurado), na minha opinião, só piora a situação, uma vez que há uma legislação séria no uso de tal bebida e a condução de veículo automotor no estado de São Paulo. Pelo menos para o cidadão comum.

Quem poderá pagar pelas vidas dessas jovens e de tantos outros que já vieram a falecer nesse cruzamento? Ainda bem que creio em Deus e sei que a justiça dEle não leva em conta funções que o ser humano possa ter. E é exatamente isso que me segura de não ter atitudes parecidas com as de uma população descrente das instituições que deveriam presta-lhe auxílio. Pelo menos ainda sou capaz de canalizar minha indignação para canais socialmente viáveis. Muitos ainda o são. E é nosso dever tentar resgatar a dignidade das pessoas e das instituições, para que o mundo ainda tenha algum jeito.

Vale lembrar: A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA!

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